“Mensageiro” de operação era empresário que teria pagado propina a prefeitos
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- Altevir Seidel em postagem no Facebook/Reprodução
Altevir Seidel foi delatado por Adelmo Alberti
Entre as muitas revelações da colaboração premiada do ex-prefeito de Bela Vista do Toldo, Adelmo Alberti, no âmbito da Et Pater Filium, uma delas deu origem a outra operação: a Mensageiro, que já teve duas fases e já levou seis prefeitos à cadeia, incluindo o de Papanduva, Luis Henrique Saliba (Progressistas). Houve também cumprimento de mandados de busca e apreensão em Três Barras, Canoinhas e Bela Vista do Toldo.
Alberti disse que estava entre vários prefeitos que recebiam propina para manter os serviços de coleta de lixo com a Empresa Serrana Engenharia. Ele indicou quem seria o negociador da empresa. Altevir Seidel, apontado como o negociador entre prefeitos e a empresa foi preso na primeira fase da operação junto com Saliba e outros dois prefeitos. Na segunda fase da operação, deflagrada na semana passada, mais três prefeitos foram presos. Alberti afirmou que um havia um “mensageiro” que fazia a entrega de propina em dias e horários previamente estabelecidos. Esse “mensageiro”, descobriu o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), seria Seidel.
Segundo contou Alberti, tudo era muito rápido. O empresário entrava em contato, deixava os valores e logo se despedia. Os encontros ocorriam dentro de carros, por exemplo. Apesar de ter deixado a Serrana em 2013, Seidel ainda seria o responsável por fazer a entrega de valores para agentes públicos, conforme apurado pelos promotores. Atualmente, Seidel trabalhava com comercialização de produtos agrícolas.
Segundo apurou o jornalista Anderson Silva, da NSC, durante um ano e meio, o Gaeco acompanhou os movimentos do empresário. Com isso, há uma farta documentação que apontaria o envolvimento dele no esquema. Altevir está preso em Joinville desde dezembro, quando foi deflagrada a primeira fase da operação Mensageiro. Além dele, outras 19 pessoas também estão detidas dentro da investigação autorizada pelo Tribunal de Justiça (TJ-SC), incluindo os seis prefeitos de diferentes regiões do Estado.
CONTRAPONTO
Todo o processo da Operação Mensageiro está em segredo de Justiça de nível cinco, o máximo para processos em trâmite no Judiciário. A defesa de Seidel disse que por conta disso não vai se manifestar a respeito.
O Grupo Serrana diz que “sempre prezando pela transparência e pela integridade de todos os colaboradores e processos da empresa, está colaborando e auxiliando com as investigações para que tudo seja esclarecido o mais breve possível.”

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